A coragem é um elemento presente no DNA do New York Times. Um veículo que, mesmo muitas vezes pressionado, nunca assumiu posição suplicante ou opositora a quem estivesse no poder: de Gandhi a Golda Meir, todos os grandes líderes escreveram dedicatórias em fotos suas na sede do jornal. A de Richard Nixon: “algumas pessoas leem o New York Times e gostam do que está escrito. Algumas leem o New York Times e não gostam do que está escrito. Todas as pessoas leem o New York Times”. Em 2011, quando o crescimento do conteúdo digital decretava o fechamento ou ameaçava a sobrevivência de veículos impressos, o New York Times tomou a decisão de que manteria tanto sua independência (é controlado há cinco gerações pela mesma família) quanto seu conteúdo premium. Há uma crença dentro da instituição que diz que “recessão é quando as pessoas em volta de você estão sem trabalho, e depressão é quando você está sem trabalho”. Assim, em um movimento de coragem, inverteu a lógica conteúdo gratuito x publicidade paga e se tornou — mesmo quando o mundo inteiro passava a esperar (e se acostumar com) notícias gratuitas — o primeiro veículo de comunicação a cobrar pelo conteúdo oferecido, abrindo caminho para que outros fizessem o mesmo. Se pudessem.